21 de dezembro de 2015

O valioso tempo dos maduros

Faz dois anos que não escrevo neste blog....muita coisa aconteceu nestes tempos. Felizmente muito mais coisas felizes do que tristes. E hoje me ocorreu brindar a semana do natal com um texto muito singelo atribuído a Mario de Andrade, o valioso tempo dos maduros:


“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. 

Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. 
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.


Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. 

Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis,

para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.


Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. 

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

O essencial faz a vida valer a pena. 
E para mim, basta o essencial!"

Mário de Andrade

17 de dezembro de 2013

Doa-se amor!

Auguri #1 from Looks Creative Studio on Vimeo.

Minha contribuição para este momento no blog é esta linda mensagem de amor e compaixão pelo próximo que vi por ai navegando! Que possamos distribuir aquilo que não nos falta! :-)

28 de abril de 2013

Bolo de maçã


Neste sábado fiz bolo! Testei a receita de bolo de maçã da colega Elídia.


















Bolo de Maçã - Elídia

3 xic. de farinha de trigo
2 xic. de açúcar
1 CS fermento em pó
3 maçãs grandes ou 4 pequenas
1 xic. de óleo
3 ovos

Modo de fazer
Bater no liquidificador os seguintes ingredientes:
Após lavar todas as maçãs, descascar e reservar
Cortar as cascas de maçãs (pedaços pequenos)
Colocar na ordem: as cascas de maçãs, o óleo e os ovos inteiros.

Em uma vasilha grande:
Peneirar os ingredientes secos (farinha, açúcar e fermento).
Colocar aos poucos os ingredientes do liquidificador e mexer a mistura.
Por último cortar as maçãs em cubinhos pequenos e misturar à massa suavemente.

Colocar a massa em assadeira redonda com furo no meio ou outra de sua preferência.

Assar em forno médio por uns 30 a 40 minutos.

Polvilhar com açúcar e canela em pó.

Optei por fazer umas adaptações e tornar o bolo menos calórico (pus menos óleo do que o recomendado e usei açúcar light), mais rico em fibras (usei 2 xícaras de farinha integral e acrescentei amêndoas picadas) e com um sabor especial (acrescentei gengibre ralado à massa). Quanto às maçãs,  acabei batendo no liquidificador a maçã inteira com a casca, não separei como na receita (esta parte foi por não prestar atenção à receita, e acredito que colocar a maçã inteira na massa pode dar um toque muito especial ao bolo!).

VEREDICTO: o bolo ficou bem gostoso, doce na medida certa, muito saboroso com o acréscimo do gengibre mas a massa ficou um pouco dura, o bolo não ficou macio. Da próxima vez vou usar a farinha integral em partes iguais com a branca..

O óleo é que não sei como substituir...será que dá certo usar iogurte?

Receita aprovada: fácil de fazer e muito gostoso de comer!

8 de janeiro de 2013

Feliz 2013!


E chegamos ao ano 13! Que seja bem vindo! Que transborde saúde, paz entre os povos e muito amor!

23 de dezembro de 2012

Conhece-te a ti mesmo.....

DICA DE SITE

É quase Natal mas eu não trago um link natalino pra comemorar a ocasião! Trago um link que pode ser útil em mais momentos da nossa jornada, o Site oficial do Dr. Flávio Gikovate. Muitos de nós já sabemos da importância do auto-conhecimento e ler o site do Gikovate é entrar em contato com boas oportunidades de reflexão para nós em variadas situações da vida. Bom pra quem gosta e pra quem não gosta de terapia!

Vai lá! Eu frequento e adoro!

Ah! a propósito, um Natal cheio de luz (pra quem é de Natal) e muita luz no ano que esta chegando!

13 de setembro de 2012

Cesta de orgânicos em casa!



O site Cesta em Casa é uma feira de produtores biodinâmicos que entrega lindas cestas de produtos: folhas, legumes, laticínios, ervas, vinhos, cereais, ovos, azeite, produtos de limpeza entre vários outros ítens cultivados e/ou produzidos por um grupo de agricultores de Minas Gerais e de São Paulo.


"Filósofos e pensadores da antiguidade já falavam da importância dos alimentos puros, limpos e integrais para que o processo do pensar pudesse se desenvolver com clareza, objetividade e criatividade, levando o ser humano a um processo de auto-desenvolvimento e individualização do seu caráter.
Rudolph Steiner, pai da Antroposofia e criador da Biodinâmica, dizia que apenas através da correta nutrição o homem supriria a energia necessária para manifestar o espírito na vida física, construindo a conexão essencial entre o pensar, o querer e a ação."

Entrega de cestas em São Paulo, Mogi das Cruzes e Arujá, clique AQUI faça um cadastro e experimente! 

Dica da amiga-prima Ana Flávia

14 de fevereiro de 2012

TAAZ | modifique seu look!


Me, myself & I. Taaz, Fevereiro de 2012. Eu não fiquei linda?

Neste final de semana lendo uma revista feminina (Boa Forma) vi a dica do site TAAZ, um portal dedicado a experimentações no campo da maquiagem e dos cabelos muito bacana!

Nele você pode simular seu novo "look" a partir dos cortes e maquiagens das famosas. As opções são um pouco repetitivas pois as famosas adoram ser loiras e com aqueles cabelões compridos e escorridos....Mas procurando você pode encontrar cortes curtos mais modernos e brincar à vontade com a lista infinita de maquiagens!

Ah! E se gostar de alguma em particular também pode comprar! Também tem acessórios como óculos, lentes de contato e clareamento dos dentes! Imagino que se der certo logo, logo a lista vai aumentar!

Vai lá! faça uma foto sua de frente e com os cabelos presos e brinque à vontade! mate a curiosidade de se ver loira, ruiva, maquiada pra festa, pro desfile ou só pra testar um batonzinho diferente!

Eu fui, brinquei e recomendo!

2 de fevereiro de 2012

Uma blusa em 16 versões!


Muito se fala hoje em dia em sustentabilidade, reaproveitamento, reciclagem! Isto tudo é muito bom mesmo e necessário, mas hoje eu vi uma coisa que achei sensacional e que para mim é o maior exemplo de economia de recursos: uma blusa que pode ser usada (com muito charme, ousadia e atitude) de 16 modos diferentes!

Dica da minha amiga Geo!

As pessoas deveriam comprar (ga$tar) menos com roupa$ e adotar práticas como esta, tão criativa e em tempo, tão ecológica!!

#Pronto, falei!

3 de janeiro de 2012

Bolo de fubá creminho


Bolo de fuba quentinho com café....que combinação boa!

Sabe aquele bolo de fubá que tem um creminho no meio? Fazia muito tempo que não comia, mas no final do ano uma aluna (Lígia V.) levou num de nossos cafés da manhã escolares e de quebra também me deu a receita que vale a pena guardar! É uma receita bem caipira que combina muito bem com um bom cafezinho preto! Anota ai:

3 ovos
3 xícaras de leite
1 CS de manteiga
1 CS de fermento em pó
3 CS de farinha de trigo
1 e 1/2 xicara de fubá
1 pires bem cheio de queijo ralado
1 pitadinha de canela

Modo de fazer:

Untar a forma e acender o forno
Peneirar os ingredientes secos
Tirar a pele das gemas e bater com a canela, depois acrescentar os demais ingredientes
A mistura fica com uma consistência liquida
Assar em forno medio em forma retangular
Deixar dourar e esfriara no forno

26 de dezembro de 2011

Que venha 2012!

Estamos na última semana do ano de 2011, o Natal passou e com ele os encontros de amigos, da família, os festejos para Jesus, nossas reflexões e a comilança geral desta data!

Chove bastante....e São Paulo vai aos poucos ficando mais vazia!

Eu também me vou mas deixo um LINK com uma lista dos 50 melhores links de 2011 segundo o jornal OPÇÃO de Goiânia. Tem capas de discos, sites educacionais, fotografias, livros e muita coisa legal para vasculhar nestas férias.

Vai lá! Eu fui e estou adorando!

13 de dezembro de 2011

A embalagem do chá!





Esta linda caixa de chás dispensa comentários....eu adorei! Projeto dos designers Maja Matas e Kresimir Miloloza. Encontrei no blog Comunicadores para o qual também recomendo a visita!

Blog Comunicadores é demais!

12 de dezembro de 2011

Medianeras | Buenos Aires na era do amor virtual


Assisti ontem no Reserva Cultural, adorei e recomendo! Já esta em cartaz há algum tempo. Se não quiser perder vá logo conferir! Trata dos nossos dilemas modernos: a solidão, o stress da vida contemporânea, as metrópoles e o amor.

12 de setembro de 2011

Nutricionário


Encontrei o cartão da Marina Gorga num mural lá da FAU....o título e o cartão me despertaram curiosidade...e lá fui eu conferir. E não é que gostei muito!

Deixo a dica aqui, vale uma visita. A moçoila fala de comidinhas, restaurantes e educação alimentar. Tudo numa linguagem fácil e divertida! Vai lá!

Nutricionário - Sem radicalismos. Sem neuras. Nutrição inteligente.

9 de agosto de 2011

Par perfeito...

‎"Não espere que a vida lhe mande flores, faça seu próprio jardim." Shakespeare

‎"Não procure alguém que te complete. Complete-se a si mesmo e procure alguém que te
transborde". Assim disse Clarice.

11 de julho de 2011

Escrito na Areia

"Dois amigos viajavam pelo deserto e num determinado ponto da viagem discutiram. Um deles bateu na cara do outro. O outro, ofendido, sem nada a dizer, escreveu na areia: Hoje, o meu melhor amigo bateu-me na cara.

Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram tomar banho. O que tinha sido esbofeteado começou a afogar-se, mas foi salvo pelo amigo. Depois de se recuperar pegou num canivete e escreveu numa pedra: Hoje o meu melhor amigo salvou-me a vida. Intrigado, o amigo perguntou: - Porque é que depois de te bater, tu escreveste na areia e agora escreveste na pedra?

Sorrindo, o outro amigo respondeu: - Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar; porém, quando nos faz algo grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração, onde vento nenhum do mundo poderá apagar!"

19 de junho de 2011

Nostalgia | Antonio Prata


Antonio Prata, São Paulo, 1977, escritor.

O Antonio é filho do Mario, ambos são escritores e eu adoro lê-los! Atualmente interesso-me muito pelas crônicas rápidas e desenvoltas do primeiro. Sigo seu blog (Crônicas e Outras Milongas, que já esteve no Estadão e hoje esta no UOL) e gostei muito do projeto Amores Expressos que foi transmitido pela TV Cultura no qual ele era um dos autores enviado à Xangai para escrever.

Às 4as. feiras ele escreve no caderno Cotidiano da Folha de São Paulo e nesta semana sua crônica "Nostalgia" me falou ao coração. O legal de ler caras como ele é que escrevem coisas que a gente sente e pensa, às vezes tão parecido! Vamos ao texto?

A nostalgia não é um dos sentimentos mais em voga na praça. Talvez porque, como já escrevi noutra crônica, ela seja uma espécie de caldo Knorr emocional: um tempero artificial, mistura de esquecimento com saudade, que garante cor e sabor a situações que, quando vividas, lá atrás, nem foram assim grande coisa.
Há também, acredito, outra razão para a desvalorização da nostalgia: por voltar nossos olhos ao passado, ela atua como uma âncora, impedindo o movimento "para o alto e avante", direção na qual nos empurram os impulsos mais de acordo com o nossa época: a ambição, a ganância, a curiosidade.
Eu tenho cá minhas ambições, minha ganância, muita curiosidade, mas confesso que levo sempre no bolso dois ou três tabletes de nostalgia. Não por pensar que o passado seja melhor que o porvir -torço pelo contrário; acredito no contrário-, mas porque o passado é a matéria da qual somos feitos; é só o que temos. Se pudermos optar, melhor conservá-lo mergulhado em poesia do que protegido por naftalina, não?
Ao contrário do que alegam seus detratores, a nostalgia -pelo menos, a vertente que eu pratico- não é necessariamente uma visão empobrecedora da vida. Fellini nada em rios de nostalgia e, no entanto, ninguém pode acusar "Amarcord" ou "8 e «" de edulcorarem a infância, pode? A violência está lá, a confusão, o desamparo. Mesmo assim, tudo é belo, trabalhado pelas mãos do grande artista.
Pragmático leitor, sejamos nostálgicos! Se não estivermos um tanto bêbados, de vinho ou poesia, como sugeriu Baudelaire, a vida vira um mero trajeto do pó ao pó, com escalas por unhas encravadas e planilhas Excel. Sem um mínimo de trapaça no olhar, nada resiste a um exame mais apurado. Roma é uma gritaria em meio a ruínas. Napoleão, um baixinho nervoso. Marilyn, uma bêbada chata. Muito provavelmente, Fellini nunca teve um tio doido e narigudo que subiu numa árvore, os bolsos cheios de pedras, gritando "Eu quero uma mulher! Eu quero uma mulher!", até ser resgatado por uma freira anã. Por isso temos a arte, para isso a nostalgia; para transformar o Miojo sem graça de nossas existências em algo mais próximo das "fotos ilustrativas" das embalagens, enfiando douradas coxas de frango e tenros filés onde havia somente farinha de trigo e gordura vegetal hidrogenada.
Penso essas coisas todas porque, em algumas semanas, mudo-me deste apartamento. Agora mesmo, enquanto escrevo, percebo-me melancólico como o diabo, olhando as paredes ou os vasos da varanda como uma paisagem da janela de um trem.
Passei aqui uma década. Cheguei com 23 anos - um aparelho 3x1 que ainda rodava as fitas gravadas na adolescência-, saio com 33 - previdência privada e alguns fios de barba branca. Debaixo deste teto, escrevi quatro livros, briguei com um amigo, fiz as pazes, tive o coração partido e colei seus pedacinhos.
Aqui, reencontrei o amor, casei e daqui me mudo, para uma casa maior, como convém, com um quintal e um gramado, onde correrão meus futuros filhos e os rios de nostalgia que, em seu devido tempo, brotarão por entre as plantas.

Depois de ler a crônica me pus a pensar na nostalgia que, em geral, as mudanças provocam em nós e reescrevi o texto mentalmente substituindo pelos detalhes da minha vida....E você o que pensa sobre a Nostalgia?

Assuntos relacionados:

A lista dos 10 livros mais legais que a Milly Lacombe leu em 2010. Entre eles esta Meio Intelectual, Meio de Esquerda, do Antonio Prata, da Editora 34.

Projeto Amores Expressos: grupo de 16 autores brasileiros, de várias gerações, incumbidos de escreverem histórias de amor, cada um isolado numa cidade do mundo, servindo de cenário e inspiração para suas narrativas.

13 de junho de 2011

Dia de Santo Antonio!


Hoje é 13 de Junho, dia de Santo Antonio, padroeiro das moçoilas casamenteiras! Eu sou devota e tenho uma imagem dele na minha cabeceira!

A grande devoção pelo santo também é mostrada no filme "A Marvada Carne" de André Klotzel (1985) que eu vi e revi algumas vezes! Nele a personagem Carula (excelente atuação de Fernanda Torres) é uma moça caipira cujo maior sonho é se casar. Nhô Quim é um caipira em busca de uma boa moça pra casar e de comer carne! Quando encontra Nhô Totó (pai de Carula) fica sabendo que o mesmo guarda um boi pra assar no dia em que a filha se casar! Tá armada a confusão!

Cinema brasileiro de primeira para dar boas risadas! E viva Santo Antonio uai!

Filmes da temporada!



Neste final de semana "dos namorados" fomos ao cinema assistir Rio, uma excelente animação da 20th Century Fox e Blue Sky Studios dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha (Era do Gelo). O filme se passa no Rio de Janeiro e os desenhos são muito bem feitos e divertidos. As feições humanas dos cariocas são hilárias, as cenas do Carnaval maravilhosas e a cidade esta perfeitamente retratada! Saiba mais sobre a sinopse AQUI.

Também vimos o excelente, mas lento e reflexivo "Homens e Deuses" cuja crítica é bastante dividida (uns gostam outros detestam). A que publico aqui é positiva e muito ponderada. Eu assisti e gostei muito! Corra que eles ainda estão em cartaz!

Os monges retratados no filme são trapistas, o que significa que seguem a Ordem Trapista. O modo de vida deles segue o princípio do "ora et labora", vivem em comunidade, geralmente em lugares afastados, e produzem seus bens de consumo como pães, queijos, mel, roupas e caixões. Como não são proibidos de ingerir bebidas alcoolicas muitos mosteiros produzem sua própria marca de cerveja (tanto para consumo próprio como para o mercado externo). Para os apreciadores de cerveja, as trapistas figuram entre as mais famosas.

Em São Paulo no Empório Alto dos Pinheiros é possível experimentar as melhores marcas de cerveja trapista (La Trappe) vindas da Belgica e da Holanda. Vai lá!

Empório Alto dos Pinheiros
Rua Vapabussu, 305 fone (11) 3031 4328

6 de junho de 2011

Pais & Separação

Nestes dias acessei por acaso o site Pai Legal e gostei muito. Trata-se de um grupo de pais, que tem por objetivo lutar pelo direito de viver com seus filhos e oferecer uma paternidade de excelência mesmo separados de suas companheiras (mães de seus filhos).

No site é possível entender termos e tramites legais como guarda compartilhada, síndrome de alienação paternal, pensão alimentícia, mediação e muitos outros.

Para quem esta em processo de separação ou mesmo já separado e precisa de ajuda o lugar é este! Vai lá!

Pai Legal é aquele que, mesmo à distância, exige o direito de participar da criação e da educação dos filhos menores.

Tênis & Frescobol | Rubem Alves

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?\' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’

Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O império dos sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ‘Eu te amo, eu te amo...’ Barthes advertia: ‘Passada a primeira confissão, ‘eu te amo\' não quer dizer mais nada.’ É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado: ‘Erótica é a alma.’

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia escrever. Um deles, que se encontra nos Primeiros cadernos, é sobre este jogo de tênis:
‘Cena: o marido, a mulher, a galeria. O primeiro tem valor e gosta de brilhar. A segunda guarda silêncio, mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos do caro esposo. Desta forma marca constantemente a sua superioridade. O outro domina-se, mas sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso: ‘Não se faça mais estúpido do que é, meu amigo\'. A galeria torce e sorri pouco à vontade. Ele cora, aproxima-se dela, beija-lhe a mão suspirando: ‘Tens razão, minha querida\'. A situação está salva e o ódio vai aumentando.’

Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...

Esta crônica faz parte do livro "O retorno e terno" de Rubem Alves, psicanalista. Desde o dia em que a li pela primeira vez ela se tornou um importante guia para mim. Espero que também sirva pra você!

No site A Casa de Rubem Alves tem outras tantas crônicas, pensamentos e até receitas! Vai lá!
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Meu filhote!

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